CALOR DO AGRESTE

Tudo se passa aqui

Não passa de uma cheia

Não passa de uma seca.

Eu me criei no agreste

Foi aqui que eu aprendi

Aprendi a dividir

A dividir o sal,

Nunca o mal.

A brisa me acariciou,

O vento sussurrou:

- Amo-te de paixão.

Sorri com sedução.

Tudo aqui está que é calor

Que é calor

Cheio de cor

Cheio de amor.

Amor para amar

Olhos para apreciar

Ouvidos para escutar

Braço para abraçar

Boca para beijar.

Eu vivo a amar

Sonhei no Ilírio

Era delírio.

Eu vivo a amar

Amar o sol

Na sombra do girassol

Debaixo do lençol

Ouvindo o rouxinol.

Eu vivo a amar

Sentimento desigual

Amor fraternal

Amor carnal

Amor de carnaval.

Que importa é amar

Multiplicar e amar

Dividir a terra, o sol e amar

Com as estrelas, luar e o mar

Somente amar

De janeiro a dezembro amar.

Amar, amar, amar...