QUANDO
A LINGUAGEM “IN-FORMAL” “IN-CORRETA” ESTÁ CORRETA
Quanto às
escolhas, sou mulher, multiplicadora de vidas, quanto aos meus filhos não os
escolhi nas prateleiras verificando a validade, o destino me ofertou três
bênçãos, meus orgulhos, meus anjos, resumindo meu patrimônio, que são como o
cedro do Líbano, raízes fortes que quando se depara com pedras não param
simplesmente continuam a crescer em volta da rocha.
Gilmar Anderson,
Glaydson Emmanuel e Luann Allan minha descendência que receberam e me
devolverão amor, ouço e vejo pequenas coisas nos reflexos dos conceitos de
certo e errado que envaidece minha essência maternal.
Sou uma pessoa privilegiada dos deuses, sou descendente
de índio e tenho um mecanismo de defesa que vai além de mim e muitas coisas
passam desapercebidas, porque estou em outra dimensão.
Que enigma!
Deixa para lá, Freud não existe mais para
explicar, deve ter outro profissional que saiba que fenômeno é este que me
acomete.
QUANTAS PESSOAS olham de um para outro e
criticam de forma destrutiva com um olhar, um risinho sarcástico ou até com
imitações da minha linguagem de maneira
pejorativa, com sotaque ridículo.
E o mais surpreendente, aquela categoria de
críticos, diga-se de passagem, sem
formação para tal, são professores, são educadores, que formam cidadãos para
vida e deveria incentivar o falar correto.
Eu não sei qual metodologia aplicam nas suas vidas, citarei alguns gramáticos tais como: Ivanildo
Bechara, Câmara Cascudo, Pedro Luft...
Eu ratifico o que os linguistas conceituam
desde que haja entendimento, há comunicação, portanto tudo está certo, nada
errado.
Para mim, Genuzi, todo mundo fala certo porque eu tive a
oportunidade de ler um pouco mais, dedicar mais tempo a literatura clássica,
estudar mais e respeitar o outro que não teve as mesmas oportunidades e ter a
formação acadêmica ou viajar no mundo da
leitura.
E mais: condição sou paulista de
nascimento, opção sou nordestina, não sou do norte, sem preconceito de região,
sou da região nordeste, para esclarecimento. Ih! Outro preconceito
esclarecimento – fora do contexto, que fazer?
Para que complicar? Entenderam? Não?
Talvez...
Tantas interrogações e nada de
respostas.
Será que sou de um outro planeta? Não, jamais. Sou do planeta terra.
Que idéia estapafúrdia!
Se não existe falar errado, por que
ensinar? Qual o sentido de ser professor?
Você que ler a minha crônica não
imagine que sou tipo abalizadora, que vivo a avaliar ou julgar os
méritos ou faculdades alheias, simplesmente,
sou estudante e pesquisadora da linguagem pois a gramática para mim é como o País de Alice.
Que recompensa passear no mundo
do conhecimento e distinguir os verbetes e sua classificação gramatical, analise
segundo o sentido denotativo, isto me encanta, me fascina, me leva ao estágio
da eterna curiosa, vejamos a palavra:
Manga – é um fruto. Substantivo
Manga – de camisa. Substantivo
Manga – de outra pessoa. Verbo.
Perceberam a riqueza do conhecer a palavra?
E você que é professor, facilitador,
especialista, mestre, doutor ou somente um curioso da linguagem, que importa? Use
e abuse da linguagem e se aperfeiçoe mais com as frases simples corretas com
regências, colocações pronominais...
Assisti ao filme.
Não se esqueça de mim.
Empreste-me o livro de português.
Parar por aqui, o que não falta é frase,
acrescente a sua. Eu permito.
Na maioria das palestras ouvimos a
expressão: “Enquanto servidor”...
Esta expressão é a novidade das
palestras e usa-se sem sentido: "Enquanto servidor..."
O que posso dizer? - Quando completares
o teu tempo será o “servidor inativo”.
Voltando a realidade, lembra-se? “Estou
enviando”, “estou encaminhado”, “estamos analisando”, “estamos aguardando”,
“estamos providenciando”... Frases típicas de marketing e do serviço público.
O uso exagerado do gerúndio está
absolutamente difundido e a esse fenômeno
chamamos de endorreia.
O uso da palavra se generaliza e até
mesmo se oficializa.
O poema
Pronominais nos mostra um pouco da diversidade da linguagem formal e da
linguagem coloquial.
Oswald de
Andrade faz uma referência que existem dentro da língua portuguesa formas divergentes
de uma mesma idéia e não existe uma maneira certa ou errada para se expressar.
Aproveitando e
parafraseando Oswald: Te daria
um copo de água, se pudesse.
- Opa, não se inicia frase com pronome oblíquo.
O correto seria: Dar-te-ia um copo de água, se pudesse.
Neste caso, emprega-se a mesóclise, pois o verbo
está no futuro do pretérito.
Esqueci-me sou ativista propago a prevenção as
drogas lícitas, portanto ofereço água, que significa vida.
Se falares corretamente não acrescentarás nenhum
centavo ao salário, mas não deixa de ser preocupante observar que as pessoas minimizaram a escrita, usando,
por exemplo, "vc", qdo, e outros palavreados nas redes sociais e as
instituições de ensino como proceder e concorrer com a tecnologia?
Não posso deixar de questionar será que
falar e escrever corretamente é da elite ou de alguém que vive fora do contexto?
A comunicação é tão importante pode ser de qualquer região,
vou concordar com Exupéry que “Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos
deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós.”
Faço do escrito de Clarice Lispector o
preceito: “O amar os outros” é tão vasto que inclui até o
perdão para mim.
Concordo muito contigo! Nem teria como discordar. Pena é que nem todos têm esse senso crítico. Se soubessem o quanto essa diversidade torna mais rica a nossa língua, a nossa linguagem! Curiosamente, escrevi sobre isso há algum tempo:
ResponderExcluirhttp://www.edutrindade.com/2009/12/nos-e-as-palavras.html