sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

SIMPLES ASSIM

É melhor sorrir que chorar
O sorriso é salutar
Como carta de apresentação.

Para compor um forró com molejo
Faz-se necessário traquejo
Senão é forró sem atração.

É tipo dançar com perna de pau
Por quê?
A pessoa  tem que ser
Mais do que um rosto bonito
Mais que um corpo perfeito
Mais que possuir  dinheiro...
Mas que tenha borogodó.
Um quê  que chama
Um hormônio que exala
O odor que seduz
Além da pele
Para querer e desejar
Não somente fascinação.

Forró é o eu da alma
Frenesi que não se acalma
E que acorda  a tentação.

Porque o forró  pode até ser ordinário
Assim afirma o dicionário
Mas não deixa o ser  solitário
E o corpo a corpo sem noção;

A vida é passageira
Um trem, um barco, um passo...
Enquanto o  forró é  a continuidade
Do destino  na contramão.

Embora haja tantos desencontros
Há sempre alguém  a sua espera
Com os olhos brilhantes
A boca com um sorriso.
Uma nota, um som, um tom
Como a melodia de um forró.
Que alegra qualquer coração.

Uma nota musical
Que não segue o ritual
E acorda a emoção.

O forró nasceu no nordeste
Ele é branco no poema
Ele é preto na poesia
Ele é amarelo na alegria
Ele é indígena na essência
Ele é remelexo em qualquer etnia
Simplesmente é da nação.

Eu Genuzi
Separo  trigo do joio
Ouvindo e dançando forró.
Com roupa de qualquer cor 
Sem distinção.

Verde, amarelo,
Azul e branco
Dança e canta forró
Que nos alegra em qualquer estação;



domingo, 22 de outubro de 2017

RETICENTE





A encruzilhada de acesso à inclusão não tem um ponto final,  na sua estrutura,  reticência...

terça-feira, 26 de setembro de 2017

FRAGMENTOS DE NÊUTRONS





Se eu fosse uma deusa eu arrumava a felicidade

Colocava dentro de uma bomba atômica

Acionava a reação de fissão

E  proliferava no espaço.

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

PRECONCEITO OU PRÉ-CONCEITO?




           
        
           Não, não, não pretendo falar do curta-metragem, os Sapatos de Aristeu, de René Guerra, nem do livro Angústia, de Graciliano Ramos em que predomina preconceito e retrata a alma dilacerada respectivamente, e como pessoa que fala, de vez em quando me torno um ser inefável, porque não analiso as coisas sob sua verdadeira ótica e o silêncio impera.
        Todo momento constato que sou tal qual o filósofo Sócrates, sei que nada sei – e o saber de nada quando aplicamos? Nem sequer imagino. Retorno aos primórdios e vejo que a humanidade extravasou conceitos desde que aparecera o primeiro homem no paraíso. Não vou conceituar Guerra e Mestre Graça como geniais. Nós, sim, é que não estamos nesse patamar, mas também somos gênios de tentar praticar um dos pilares da educação, o conviver. Nós nos apossamos da única coisa que nos é dada: o discernimento da vida.
         O que eu quero falar é tão delicado, é tão delicado quanto o respirar. E eu queria ser tão essencial como o oxigênio e ter a delicadeza da orquídea, mas tenho o lado rústico do mulungu, que é o que me salva e sou capaz de enfrentar todo tipo de intempéries.
             Deixa para lá e vou falar de “pré conceito”.
             Não.
            Preconceito no sentido denotativo é a opinião ou pensamento acerca de algo ou de alguém cujo teor é construído a partir de análises sem fundamentos, sendo preconcebidas sem conhecimento e/ou reflexão e caio na teia de espalhar o conceito de persona non grata;
            Vou dizer o que aprendi na escola da vida.
            Quanto as pessoas são mesquinhas de alma. Pior! Estou inclusa, mas a vida me oferece oportunidades, portanto, analiso, reanaliso, invento, reinvento conceitos e preconceitos e me identifico além da conta com um dos apóstolos que jamais pensou que o negaria. E Cristo disse antes do galo cantar tu me negarás três vezes, então sempre peço ao nosso pai misericordioso que não me deixe cair na vaidade de Pedro e errar mais do que qualquer um outro.
            Temos o péssimo hábito de ouvir um elogio ou um verbete pejorativo  e tento esculpir um anjo ou um demônio.
          Aquela pessoa é maravilhosa, e a partir daquele momento eu não a conheço, mas faço a propaganda das suas virtudes.
          Ouço os seguintes adjetivos pejorativos e não sei o porquê aquela pessoa que não tive o privilégio da convivência, abruptamente há uma repugnância e ela se torna uma persona non grata.
            O tempo, o tempo, o tempo... Somente o tempo mostra a verdadeira face.
         E aquela pintura rabiscada que me foi vendida não era sem nota fiscal, era um ser humano valioso repleto de virtudes e defeitos, mas as virtudes compensavam suas características não apreciáveis, é um tesouro de valor incalculável porque sua essência tem virtude angelical.
         Os escritos relatam que as máscaras existem desde a pré-história, quando o homem ainda não havia criado a escrita.
         Hoje, a máscara é usada em bailes, desfile de carnaval, festas à fantasia, e na sociedade em diferentes profissões: os médicos, enfermeiros e dentistas usam máscaras cirúrgicas, protegendo a si e aos pacientes.
            O soldador protege-se das fagulhas com máscara metálica.
            Os bombeiros utilizam máscaras especiais.
         No esporte, o esgrimista, o jogador de futebol americano e o lutador de boxe olímpico não pode entrar em combate sem sua máscara.
            Mas, a máscara também serve para a construção de uma identidade, de um imaginário acerca daquela função na sociedade, o que remete, ainda que de forma longínqua, às antigas máscaras gregas que serviam para dar rosto aos personagens que representavam pela expressão o papel de cada um.
        O mais surpreendente é que, depois de uma minuciosa pesquisa, o enigma continua e só a convivência desmascara.
             Embora eu saiba que o agreste oferta a beleza da flor do mandacaru eu questiono a dureza do seu espinho. E se continuo até hoje com conceitos e preconceitos, é defeito, sou humana.
             Tenha certeza que a vida é bela e a maturidade me fez enxergar sob outro prisma porque a medalha tem verso e reverso.
              Seja o ser com discernimento e não conceitue o que não conhece, pelo menos oportunize o conceito da dúvida.
 
Publicado em: https://www.portalescritores.com.br/texto/6447